segunda-feira, 31 de março de 2014

Amor Orgânico

Amor orgânico
Orgânico: "Que se cultivou sem a utilização de fertilizantes químicos, pesticidas ou produtos químicos sintetizados e mediante o manejo e a proteção dos recursos naturais; Característico do que se desenvolve, se forma ou se manifesta naturalmente; que é inato; Ref. ou pertencente à estrutura ou à constituição de um conjunto, de um todo; Ref. à organização, à estruturação ou disposição de algo."
Dito isto, orgânico, pra mim, é aquilo que independe de intervenções, de mecanismos, de estratégias artificiais para que se desenvolva. É simples, é da vida, do querer do tempo, dos desejos do espaço, das vontades do universo, da serenidade da natureza. É amor! Amor que flui no tempo certo, que não precisa de investidas, que não requer sedução forçada, que se sabe amor quando harmoniza as diferenças, que na paixão encontra a medida exata de euforia para fazer os pelos da nossa pele dançarem um balé de arrepios! E existe amor artificial?! Ah existe! Existe quem não encare a espontaneidade dos sentimentos, que se preserve em casca de aproximações, que se arme de remédios para suportar a dor, a fome, o amor! Há quem bloqueie a luz que fotossintetiza as emoções, há quem mascare as colheitas felizes em sermões da montanha degelando lamúrias. Há quem evite a praga deixando de plantar! Há quem pode os brotos de qualquer alegria, que não deixa florescer a vindima do arrebatamento, há quem jogue a semente do novo em recipientes recicláveis cheios de velhas manias rasas de viver. Quando falo em orgânico, falo também da necessidade do corpo da agitação sanguínea e de todos os sintomas que o sentimento traz, daquela coisa fisiológica dos fluidos corporais, da melancolia da saudade que dá uma pausa na adrenalina, das calorias gastas em beijos e abraços, das celulites a mais conquistadas naquele jantar a dois e logo em seguida ignoradas pelo exercício afetuoso do olhar do outro, da barriguinha de chopp reverenciada nos momentos de cumplicidade. É aquele amor que sabe sua hora, que germina no calor do agora, que inspira e expira futuro, que se nutre de pequenas atitudes cotidianas, que quer firmar raízes na paz. Amor orgânico é pra quem tem a terra preparada, mas nem por isso segura, é pra quem cuida do jardim esperando as borboletas mesmo que elas não apareçam, é pra quem se rega todos os dias de sorrisos, que se fertiliza de amizades, quem já venceu bicheiras, quem se sujeita às variações do tempo e da vida e acredita que na hora da entrega, o fruto terá sabor de harmonia. É pra quem sabe que na natureza da vida nada se perde, tudo se transforma...em amor!

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