quarta-feira, 11 de setembro de 2013

E aí?! Aí que eu passei uns 20 dias afastada desse mundo internético e meus dedos digitantes calaram! Ficaram estarrecidos com o que se passa num hospital, aprenderam a mensurar melhor o valor da vida, deram os 'primeiros passos' pra abraços confortantes, surpreenderam-se com o carinho das pessoas e com o desdém de outras. Meus dedos tinham vontade de me fazer vomitar as vezes. Era muita coisa junta e intensa: doença, saudade, ambiente inóspito, solidão, frio, calor, nervosismo, choro, alegria, fé...meus dedos apontavam pra cima e pediam paz e saúde, só! O resto a gente dá um jeito, cutuca aqui, aperta alí, mexe acolá e as coisas vão acontecendo. Pobres dedinhos, o susto foi tão grande que eles esqueceram o que tinham pra escrever, olhavam pras teclas mas não tinham coragem de se atirar, não tinham fôlego pra pular de consoante em vogal, de acento pra vírgula, tudo era delete até que desistiram de tentar. Conversaram entre si, fiz as unhas pra ajudar, e resolvemos que só voltaríamos a escrever quando nos sentíssemos todos a vontade. Então hoje, depois de limpar o jardim, de cuidar da minha mãe, do meu namorado gripado, da casa, de pegar uma gripe, de ter visto o esforço de enfermeiras e médicos, de conhecer o drama de outras pessoas, de dar mais valor ainda às coisa simples e a à minha família, de ter certeza de quem são as pessoas com as quais posso contar, e de sentir esperança na humanidade é que voltamos -aos poucos, é claro- para este ambiente que nos rouba o olhar. Meus dedos me apontaram tanta coisa diferente lá fora, fizeram eu me tocar, de uma vez por todas de que issáqui é uma ferramenta e não uma parte de mim, que isso aqui é sério sim, é importante sim, mas não é tudo. Eu descobri que tenho dedos sensíveis e que eles tem vida própria. Logo eu que os escravizava com meus dizeres as vezes intolerantes, as vezes raivosos, vezes desacreditados. De agora em diante, como boa gringa que sou, vou deixar os olhos e o coração na ponta dos dedos e sentir física e verdadeiramente as coisas antes de escrevê-las -mesmo que eu leve um choque! 

Meus dedos repórteres, direto de mim, que não perco a mão!

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