quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Vivemos a sociedade do 'mais ou menos'. E isso é mais ou menos ruim e mais ou menos bom. Os serviços, em sua grande maioria, são bem mais ou menos. Geralmente menos. Menos qualidade, menos sinal, menos atendimento, menos respeito, menos saúde, menos vontade! Mais cobiça, mais ureia, mais preconceito, mais alienação, mais impostos, mais roubalheira. E nós reagimos mais ou menos. Mais resmungando na frente da tv ou do pc, menos fazendo algo efetivo. Mais preocupados se foi o nosso carro roubado, menos preocupados se foi o do cara da rua de trás. Mais irritado com os problemas da nossa rua, menos importante se tem bueiro aberto na outra quadra. Mais fácil jogar o papel da bala no chão do que abrir o nojentinho conteiner do seletivo disposto a menos de um metro de você. Mais vale estar com uma roupa descolada e uma tatoo Hare Krishna do que falar e julgar menos e ponderar e aceitar mais. Muito mais hipocrisia, muito menos humildade! É mais ou menos assim, entendem?! A gente nunca se envolve com as questões 'gerais'. A gente nunca se auto-analisa, nunca se pergunta, nem nunca se responde. Talvez porque sobraria menos tempo pra ensinar seu filho a chutar cãezinhos, talvez porque tenha mais o que fazer. Porque tem que badalar e aparecer mais e introspectar menos. Mas tem a parte 'mais boa'. A parte em que as coisas não precisam de rótulo, bula, conceito, nomenclatura. Apenas são. Se eu prezo a gentileza, o bem, o respeito e a coletividade, as escolhas saudáveis, o respeito à natureza, aos animais, aos mais velhos e a humanidade em geral, se eu uso uma eco bag, uso açúcar mascavo ou gosto de saias longas e floridas, cabelos crespos e revoltos, não quer dizer que eu seja hippie. Nem mais, nem menos. Eu apenas quero viver em plena harmonia. Se eu gosto de olhar as estrelas, conheço as constelações, sinto as mudanças de fase da lua, sei olhar o céu e saber se vem frio ou chuva não quer dizer que eu sou bruxa nem que eu curto astrologia. Nem mais, nem menos. Eu só aprendi a contemplar e guardei alguns códigos de entendimento. Se eu gosto de acender um incenso e algumas velas, colocar uma música e deitar no chão pra relaxar, não quer dizer que eu sou budista, xamanista, macumbeira, maconheira. Nem mais nem menos. É o meu jeito de descarregar as energias. E seu eu acredito em energia não significa que eu sou burra e que só a ciência é real e bla bla bla. Nem mais, nem menos. Eu só tive experiências com diferentes níveis de fluidez de energia e tive a sensibilidade de perceber. Se eu assisto novela de vem em quando, se eu morro de dar rizada assistindo teste de fidelidade e faço check in em casa, não quer dizer que eu seja uma alienada, uma sem cultura, uma xaropona. Nem mais, nem menos. Eu só quero dizer que as vezes é bom pensar menos e rir mais. E se eu digo que é bom pensar menos, eu não estou abrindo mão da militância. Nem um, nem outro. Nem mais e nem menos. É só porque eu não consigo criticar tudo o tempo todo. E caso eu seja apaixonada por Melissas, não quer dizer que eu sou uma patty consumista. Eu só tenho ataques de mulherzinha. Caso me vejam de alpargata, eu não namoro um ginete, não participo de invernadas nem sou hipster. Eu só quero conforto pros meus pés. Então, sem mais nem menos, percebi que não adianta mensurar algumas coisas. Os valores não são iguais para todos e contabilizar isso daria mais frustração e menos esperança. Falar menos, fazer mais. Escrever mais, confundir menos. Entenderam?! É mais ou menos isso!

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