quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Te amar me areja, me afrouxa, me desincha, me desmancha! Me derreto porque te amar me livra de todo mal, amém. Amem como eu o amo e receberão o reino dos céus onde os pássaros voam livremente para embelezar nosso azul, onde as nuvens confortam o infinito, onde tudo é possível em desenhos inventados. Inventei um novo eu quando em mim despertou teu amor, comecei a me emocionar com as formigas caminhantes nas paredes, chorar de emoção no carnaval, levar a sério sonhos pequenos e desdenhar ambições audaciosas. Gostava de colorido mas uma casa branca tem todas as cores que eu posso imaginar! Verde ficam meus olhos sempre que estou chorando, doente, emocionada, feliz; castanhos quando tu demora pra ir deitar; quase pretos sãos os teus, índio vermelho que contrasta com a minha palidez ítala. Tá lá na nossa história tudo que a gente inventa todo dia, nosso enredo costurado com as tripas do coração, nossa narrativa cotidiana rica em detalhes quase arabescos, nosso ritmo marcado pelo vaivém de situações contornadas com as nossas canetas coloridas, nossas vírgulas são domingos inteiros de conchinha na cama, nossos pontos são sempre positivos. Mais do que queria querer é dividir a vida com alguém que multiplica alegrias por todos os lados, alguém que contabiliza sorrisos por onde passa, alguém que eu não creditava que somaria a mim a ponto de me subtrair o ar quando nos meus lábios deposita os seus. Sois aquilo que me inspira, que me altera, que me modifica, me liquidifica, que ludifíca a vida com pouco mais que um violão. Voilá! Até as línguas que tu falas me fazem calar diante do teu discurso! Diz sempre que as coisas vão dar certo e do nada soluciona os problemas mesmo quando eu resolvo contestar. Testa meu limites todos, meu fôlego aleijado, minhas pernas encurtadas, meus braços fracos, meus seis rasos, meu pensamento solto. Presa nesses sentimentos todos me liberto de outros que me trariam dor. Arderão sempre alguns espinhos que possam ter nas rosas que tu me traz, mas eu me nego a ignorar as pétalas perfumadas que caem no meu colo enquanto agradeço o teu agrado. Guardo cada gesto teu na minha retina torta e míope que vê o mundo torto, exatamente como o meu andar que tu tanto debochas. Até bocha jogamos um dia e eu perdi porque não soube mirar, mas acertei em cheio quando te encontrei. Me perco quando começo a escrever sobre nós e tudo parece mais do mesmo, piegas, cafona, sem sentido. Sinto em não poder expressar, mas desde que eu parei de desenhar, tento outra forma de me vazar mas as tentativas escorrem pelos dedos já sem coordenação alguma. Nenhuma vez foi diferente, sempre igualmente tosco. Troco dislexicamente as palavras de lugar, os cantos das frases, as janelas da imaginação, a mobília do vocabulário e mesmo assim parece que tu sempre me entendes. Como consegues?! Brincas comigo ou és tão genialmente sensível que consegues absorver a essência desse meu alfabeto-quebra-cabeça?!  Bença amor, vou me deitar. Olhos verdes, tu os quer?!  

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